Por Wanglézio Braga
A Câmara de Vereadores do Bujari foi palco, nesta quarta-feira (28), de uma audiência pública marcada por desabafos, denúncias e apelos dramáticos de moradores da zona rural da cidade. O encontro, que durou cerca de quatro horas, reuniu representantes de pelo menos sete comunidades, além do prefeito Padeiro, do secretário estadual de Agricultura José Luiz Tchê, do engenheiro do Deracre Eduardo Messias e do comandante da Polícia Militar, Richard.
O foco da audiência foi a trafegabilidade dos ramais e a precariedade da estrutura rural, mas o debate logo esquentou com as falas de moradores do Walter Arce e do Ramal da Espinhara, que revelaram um problema ainda mais crítico: a iminente escassez de água com a chegada do verão amazônico. Famílias relataram que a seca paralisa aulas, destrói plantações e obriga moradores a escolher entre tomar banho ou cozinhar.

Durante os depoimentos, os presentes pediram ações imediatas como a abertura de açudes e soluções estruturais definitivas. “Estamos cansados de promessa. Quando chove, atolamos. Quando seca, morremos de sede”, disse um produtor rural, arrancando aplausos da plateia. A cena escancarou a fragilidade da zona rural, onde a ausência de políticas contínuas tem colocado em risco a subsistência de centenas de famílias.
Apesar das promessas de análise técnica e articulações futuras entre município, estado e órgãos responsáveis, os moradores saíram do plenário sem garantias concretas. A audiência terminou com clima de urgência e um recado claro: se o poder público não agir logo, o verão no Bujari será de terra rachada, abandono e sofrimento.