Por Wanglézio Braga
De forma didática e acessível, o leiloeiro e pecuarista Jhonnys Medeiros tem se destacado nas redes sociais ao comparar os principais pontos do manejo a pasto entre as raças bovinas Nelore e Aberdeen Angus. Em uma série de publicações realizadas hoje (14), Medeiros esclarece questões como rusticidade, ganho de peso, custo de produção e qualidade de carne, com base em sua vivência no campo e conhecimento técnico.
Segundo o criador, o Nelore leva vantagem em ambientes tropicais como o Brasil por ser uma raça zebuína, de origem indiana, mais adaptada ao calor e à escassez de nutrientes. “O Nelore transforma até palha seca em energia”, destaca, ao falar da rusticidade e da capacidade de ganho de peso com baixo investimento em nutrição. O custo de produção da arroba, aponta ele, é significativamente menor para quem escolhe essa raça, o que amplia a margem de lucro dos pecuaristas.
Já o Aberdeen, de origem europeia, se destaca pela qualidade da carne, com maior marmoreio e maciez. No entanto, exige manejo mais refinado, maior investimento nutricional e adaptação ao clima mais ameno — o que limita sua eficiência produtiva em regimes a pasto nas regiões mais quentes do país. “Para quem tem estrutura e quer agregar valor ao produto final, o Aberdeen pode compensar, mas o Nelore continua sendo a melhor porta de entrada para quem está começando ou busca escala”, resume Medeiros.
Independente da escolha, a mensagem de Medeiros é clara: o sucesso na pecuária depende tanto da escolha da raça quanto do entendimento do ambiente e da capacidade de investimento do produtor.