Por Wanglézio Braga
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) aprovou o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para o cultivo do abacaxi em sistema de sequeiro em todo o território nacional, incluindo o Acre. A medida, publicada nesta terça-feira (13), oferece orientações técnicas com base em dados climáticos, hídricos e térmicos para que os produtores possam identificar os melhores períodos e regiões para o plantio da fruta com menor risco de perdas.
No Acre, onde a agricultura familiar é predominante, a medida pode estimular novos investimentos na fruticultura. O ZARC considera parâmetros como precipitação, temperatura e evapotranspiração para apontar áreas aptas à produção e indica os riscos climáticos nos níveis de 20%, 30% e 40%. Com isso, agricultores poderão planejar melhor o plantio e evitar prejuízos em fases críticas da produção, como o enchimento e maturação dos frutos.
O abacaxi é uma cultura sensível ao déficit hídrico e à variação extrema de temperatura. A produção em condições de sequeiro exige atenção ao calendário agrícola e à qualidade do solo. A aprovação do ZARC também revoga portarias anteriores, atualizando os critérios técnicos com base em dados coletados ao longo de 30 anos, entre 1992 e 2022, em milhares de estações meteorológicas espalhadas pelo país.
A expectativa do governo federal é ampliar a produção com maior segurança e rentabilidade, especialmente em estados amazônicos como o Acre, onde o abacaxi tem potencial para se tornar mais um pilar na diversificação da agricultura local. A nova regulamentação pode abrir caminho para o acesso ao crédito rural e ao seguro agrícola, fortalecendo a cadeia produtiva da fruta na região.