A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) apresentou, nesta terça-feira (29), suas principais propostas para a construção do Plano Safra 2025/2026. Durante reunião da bancada, os parlamentares defenderam a adoção de um modelo de financiamento mais eficiente, seguro e sustentável para a agropecuária brasileira. Entre os destaques, estão o pedido de aporte de R$ 25 bilhões para equalização de juros, a criação de uma política agrícola plurianual e o fortalecimento do seguro rural.
O Plano Safra é um programa anual do governo federal que oferece crédito rural e incentivos para apoiar a produção agropecuária. Com taxas de juros diferenciadas, ele financia custeio, investimento e comercialização, visando fortalecer o agronegócio, garantir o abastecimento e estimular exportações. As sugestões da bancada do agro serão apresentadas oficialmente nos próximos dias, abrindo as negociações com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda e com o Tesouro Nacional.
Segundo estimativas da própria FPA, o crédito necessário para o setor agropecuário na próxima safra deve alcançar R$ 1,3 trilhão, dos quais R$ 599 bilhões seriam viabilizados por meio do Plano Safra. Para garantir a operacionalização desse montante, a bancada propõe um aporte de R$ 25 bilhões exclusivamente para a equalização de juros mecanismo que torna as taxas mais acessíveis ao produtor. O valor representaria o custo real para os cofres públicos, conforme explicou o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), que também alertou para a possibilidade de a taxa Selic estar próxima de 15% em julho.
A proposta também inclui a destinação de 1% do valor total do plano cerca de R$ 5,99 bilhões para a subvenção ao seguro rural. A medida visa garantir previsibilidade e mitigar os impactos das interrupções de crédito, como a registrada em fevereiro deste ano. A proposta é reforçada pelas perdas recentes decorrentes de eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul e no Centro-Oeste. Para ampliar a segurança dos produtores, a bancada propõe ainda a regulamentação de um Fundo de Catástrofe.