Por Wanglézio Braga
Durante a programação técnica do Festival do Café em Acrelândia, realizado em alusão ao 33º aniversário de emancipação política do município, o sistema de irrigação nas lavouras cafeeiras foi o centro das atenções em uma palestra conduzida pelo produtor de Rondônia e consultor João Felipe. Diante de um auditório repleto de agricultores do Baixo Acre, ele não poupou palavras ao afirmar: “De nada adianta plantar, gastar, se não tiver água no pé do café na hora certa”.
João Felipe falou com a experiência de quem conhece de perto os desafios do campo. Segundo ele, os sistemas de irrigação — sejam por gotejamento, aspersão ou microaspersão — precisam ser planejados com precisão, levando em conta a disponibilidade hídrica, a legislação sobre o uso da água e as características específicas da área onde o café será cultivado.
“É fundamental pensar antes de plantar. Sem irrigação, não há florada firme, não há produção. O café precisa de água na hora certa para responder em produtividade”, alertou o consultor, enquanto reforçava a importância de planejar a captação de água e garantir a regularização ambiental para evitar sanções legais.
Apesar da empolgação dos produtores, João Felipe fez questão de destacar que o maior obstáculo no campo ainda é a falta de informação. “Mesmo com tanta tecnologia e tantos técnicos à disposição, o que mais vemos é gente errando na base: solo mal analisado, adubação errada, falta de planejamento desde o início. Isso compromete tudo lá na frente.”
O evento reafirmou o compromisso do município de Acrelândia com o fortalecimento da cadeia produtiva do café, que cresce em ritmo acelerado e já coloca o município como uma das referências na cafeicultura do Acre. A irrigação, segundo os especialistas, é um divisor de águas — literalmente — entre o sucesso e o fracasso de uma lavoura.
O Festival do Café
É uma realização da Prefeitura de Acrelândia com parceria formada com o Governo do Acre e o Sebrae-AC.