Por Wanglézio Braga
No Dia Internacional do Milho, celebrado nesta quinta-feira (24), o produtor rural e funcionário público José Araújo, de 67 anos, morador da região do km 13 da BR-317, em Brasiléia, comemorou os avanços do cultivo na região e destacou a valorização da saca no mercado local. Mesmo enfrentando desafios com solo pouco fértil, custo de insumos e logística, ele não desanima: “Tá em evolução, e isso anima a gente a seguir em frente”.
A produção de Araújo começou de forma modesta, voltada principalmente para o consumo da própria família. Mas, com o passar dos anos, ele viu a plantação se expandir. “Hoje a gente planta de 3 a 4 hectares, já chegou a sobrar mais de 100 sacas e essas vão para a Acreaves. No futuro quero ampliar”, explica. Atualmente, ele colhe o milho e transporta com caminhão próprio até o silo graneleiro de Brasiléia.
Segundo o produtor, o mercado tem reagido bem. A saca de milho está sendo vendida a R$ 120. “É um valor ótimo, e deve valorizar ainda mais. Mesmo com o preço alto dos insumos e do frete, o milho ainda dá lucro”, afirma.
As dificuldades, porém, são reais. “Tudo é caro, principalmente o adubo e o calcário. O frete pesa muito e acaba inviabilizando muita coisa. A gente precisa de uma melhoria na cadeia de abastecimento para que o insumo chegue mais fácil e mais barato”, explica.
Apesar dos obstáculos, José não pensa em parar. Com dois filhos que o ajudam diretamente na produção, ele já planeja diversificar a lavoura. “Quero plantar feijão no futuro, e por isso estou investindo em maquinário. Quero plantar e colher com mais eficiência”, disse.
O recado dele para quem pensa em entrar na atividade é direto: “Tenha fé e coragem. Vamos trabalhar. O milho é muito bom. Com esforço e planejamento, vale a pena”. A fala de José representa o sentimento de muitos produtores da região que, mesmo com limitações técnicas e estruturais, seguem apostando no potencial agrícola do Acre como alternativa de renda e crescimento.
