Por Wanglézio Braga
Uma das frutas mais tradicionais na mesa do brasileiro está sofrendo os efeitos de um mercado instável. Dados do mais recente Boletim Hortifrutigranjeiro da Conab revelam que a comercialização da laranja caiu 10,32% na Ceasa de Rio Branco, quando comparado ao mês anterior. Em números absolutos, foram 16.500 quilos vendidos em fevereiro de 2025, contra 23.600 quilos em janeiro — uma retração que levanta preocupações para produtores, atravessadores e até consumidores.
Na comparação com fevereiro de 2024, quando o volume comercializado foi de 11.230 quilos, houve avanço, mas a oscilação recente de preços e demanda pode indicar instabilidade no mercado da fruta no Acre, acompanhando uma tendência nacional.
Segundo o boletim da Conab, pequenas quedas de preço foram registradas em quase todas as Ceasas do país, com exceção da Ceasa de Campinas (SP), que surpreendeu com uma alta de 61,9%. Já Goiânia (GO) e Rio Branco (AC) lideram as baixas, o que pode estar relacionado à oferta maior em plena safra e à redução na demanda, comum em períodos mais chuvosos ou de menor consumo.
Ainda de acordo com a análise nacional, a média ponderada entre os entrepostos revelou queda de 1,52% nos preços da laranja, uma retração leve, mas que reflete o comportamento do mercado.
Para especialistas do setor, o cenário exige atenção: variações climáticas, custos de transporte e mudanças nos hábitos de consumo são alguns dos fatores que vêm pressionando os preços da fruta. Além disso, a concorrência com sucos artificiais e a falta de incentivos à produção familiar também impactam negativamente.