Xapuri quer romper com o passado e aposta no agronegócio para reerguer economia

Por Wanglézio Braga

A cidade de Xapuri, berço do extrativismo na Amazônia e terra natal do líder ambientalista Chico Mendes, completou 120 anos no último sábado (22). Com uma história profundamente ligada à produção da borracha e à coleta da castanha, o município agora busca um novo caminho para fortalecer sua economia: o agronegócio.

A transição não é simples. Durante décadas, o extrativismo foi a base econômica da região, mas a nova geração enfrenta dificuldades em manter práticas tradicionais, como o corte da seringa e a coleta da castanha. Diante desse cenário, a Prefeitura de Xapuri, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Floresta e Pecuária, vem apostando na diversificação da produção rural, incluindo investimentos em pecuária leiteira, café, cacau, banana e até hidroponia.

DESAFIOS PARA MUDAR O RUMO

Em entrevista ao Portal Acre Mais, o secretário Eliomar Soares de Souza revelou que encontrou a Secretaria de Agricultura em situação difícil, com equipamentos sucateados e estrutura precária. No entanto, medidas emergenciais já começaram a ser implementadas.

“A gente pegou um pouco depedrada. A estrutura de maquinários agrícolas e caminhões estava, em sua grande maioria, sucateada. Mas já montamos uma força-tarefa para recuperar equipamentos e garantir o escoamento da produção. Conseguimos mecanizar mais de 150 hectares de terra, mesmo com dificuldades”, relatou o secretário.

Apesar dos obstáculos, o governo municipal e parceiros estaduais vêm buscando soluções para impulsionar o setor agropecuário e garantir um novo fôlego à economia local.

DO EXTRATIVISMO AO AGRONEGÓCIO

A estratégia para fortalecer o agronegócio em Xapuri passa pela valorização dos pequenos produtores e pelo incentivo a novas culturas. Segundo Eliomar Soares, um dos focos é ampliar a produção de café e cacau, além de apoiar a agricultura familiar e a bacia leiteira.

“Estamos implantando roçados comunitários em áreas estratégicas, entregando espaços preparados para famílias produzirem. Também estamos montando um viveiro municipal para oferecer mudas de cacau e café, beneficiando projetos de reflorestamento e melhorando a qualidade de vida dos produtores, tanto na área urbana quanto na floresta”, afirmou.

Outra aposta da Secretaria é a formação técnica. Um grupo de 25 alunos foi capacitado em hidroponia, uma técnica de cultivo sem solo, que pode representar uma alternativa viável para pequenos agricultores e famílias que migraram do campo para a cidade.

UMA NOVA REALIDADE PARA OS PRODUTORES

A mudança de perfil econômico já vem sendo percebida na prática. A adesão dos produtores ao agronegócio tem sido crescente, especialmente entre os filhos de seringueiros e pequenos agricultores que buscam alternativas mais rentáveis e viáveis.

“O extrativismo sempre foi a base da economia de Xapuri, mas essa nova geração tem dificuldades com práticas tradicionais, como o corte da seringa e a quebra da castanha. Agora, vemos um interesse muito grande pelo cultivo de mandioca, banana, café, cacau e melancia”, explicou Soares.

A aceitação do novo modelo econômico, segundo ele, traz esperança para o futuro de Xapuri, que hoje depende quase exclusivamente dos repasses constitucionais, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o ICMS. “Só isso não basta. Xapuri, com toda a sua história, precisa entrar para uma nova era do agronegócio, de fato e de direito”, concluiu o secretário.

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