Por Wanglézio Braga
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou estado de emergência fitossanitária devido ao risco de surto da praga quarentenária Rhizoctonia theobromae nos estados do Amapá e Pará. A medida, publicada na edição desta terça-feira (30) do Diário Oficial da União (DOU), visa conter a propagação do fungo que ameaça lavouras de mandioca na região Norte do país.
A praga, conhecida como “vassoura de bruxa” da mandioca, foi detectada pela primeira vez no Brasil em agosto, quando técnicos da Embrapa Amapá confirmaram sua presença em lavouras do município de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa. Desde então, o patógeno já se espalhou para os municípios de Calçoene e Amapá, localizados ao sul da área inicial de contaminação.
Os sintomas da doença incluem ramos secos e deformados, nanismo, proliferação de brotos fracos e finos, clorose, murcha, seca das folhas e morte progressiva da planta. A dispersão do fungo ocorre pelo uso de material vegetal infectado, ferramentas de poda contaminadas e movimentação de solo e água. De acordo com Nota Técnica da Embrapa, a circulação de plantas e produtos agrícolas entre diferentes regiões pode facilitar a disseminação do patógeno para novas áreas.
Embora os focos da praga estejam atualmente restritos ao Amapá e ao Pará, produtores de mandioca do Acre devem ficar em alerta para possíveis ocorrências no estado. Até o momento, autoridades locais não se manifestaram sobre eventuais medidas de monitoramento da doença.
A declaração de emergência fitossanitária permite ao governo federal adotar ações rápidas e coordenadas para impedir o avanço da praga, protegendo a mandioca, uma cultura essencial para a segurança alimentar e a economia de diversas regiões do país.
