Por Wanglézio Braga
Na estrada de Boca do Acre, no quilômetro 75, a produtora rural Sebastiana Nobre comemora os resultados da safra de cajaranas deste ano. Com vários pés em sua propriedade de 15 hectares, a feirante relata que a colheita tem sido generosa, especialmente após um período de maior demanda por água para as plantas, que dependem de irrigação constante durante o verão.
“Este ano foi bom, a safra foi boa. Está começando a melhorar agora porque os fregueses estão chegando mais aqui no mercado”, contou Sebastiana, que trabalha como feirante há 18 anos no Mercado Municipal Elias Mansour.
As cajaranas, conhecidas por seu sabor marcante, estão sendo vendidas a R$ 5,00 o pacote com 10 unidades. Os consumidores as utilizam de várias formas: em natura, para fazer geleias, sucos e até como acompanhamento em momentos de lazer.
A produtora explicou que o cultivo da cajarana exige paciência e dedicação. “É difícil fazer a muda, nem todas pegam. A gente faz as mudas no saco e planta. Depois de três, quatro anos começa a produção. Mas para dar e vender mesmo, é só a partir de quatro anos”, comentou.

DIFICULDADES DA ZONA
Apesar da boa safra, Nobre destacou as dificuldades enfrentadas na zona rural. Moradora da região há 26 anos, ela lembrou como tudo começou: “Quando cheguei, era só mato. Hoje já temos transporte, energia e até internet, mas o ramal continua ruim. Isso é um problema grave”.
A produtora já chegou a trazer ao mercado até cinco sacas de cajaranas, o equivalente a cerca de 200 quilos. No entanto, ainda há espaço para melhorar as condições de transporte e infraestrutura, o que poderia ampliar as oportunidades de comercialização e aumentar a renda dos produtores locais.
Apesar das dificuldades, a produtora se diz otimista apesar dos desafios: “Estamos vendo as coisas melhorarem aos poucos. O importante é não desistir, porque o mercado procura muito a cajaranas”.