Por Wanglézio Braga
Durante o Dia de Campo das Agrárias da UFAC, o professor Doutor Eduardo Pacca defendeu o uso de forrageiras não convencionais como uma alternativa importante para a alimentação do gado leiteiro na Amazônia. O tema de sua palestra foi “Forrageiras não convencionais com potenciais de uso para a Amazônia”, em que ele destacou a relevância de diversificar as opções de alimentação animal, especialmente em regiões tropicais como o Acre, onde as condições climáticas podem ser desafiadoras.
Em entrevista ao Portal Acre Mais, Pacca enfatizou a necessidade de utilizar outras plantas para suprir a demanda por alimento durante os períodos de extremos climáticos, como épocas de muita chuva ou calor intenso. Segundo ele, essa estratégia pode ser crucial para manter a produção de leite estável ao longo do ano. “Nós precisamos de material orgânico para manter o solo produtivo e conservado. É interessante integrar a produção animal com a vegetal”, afirmou.
Foto legenda: Público reunido em uma das estações de palestras do “Dia de Campo das Agrárias da UFAC” (Foto: Wanglézio Braga)
O professor explicou que, enquanto muitas criações dependem de milho e soja, a bovinocultura pode se beneficiar de uma diversidade maior de plantas forrageiras. Ele ressaltou que no Acre, onde a pecuária é uma atividade enraizada na cultura local, o uso de estrume como adubo contribui para a boa produtividade dos rebanhos. “Esses animais têm uma boa produção, com até 12 ou 13 toneladas por ano, porque o estrume se transforma em adubo”, disse Pacca.
Sobre a sazonalidade das chuvas e secas no estado, o pesquisador mencionou que esse cenário permite o uso da silagem como uma técnica eficiente para o manejo da alimentação animal. Durante o período chuvoso, há um excedente de biomassa que pode ser conservado e utilizado nos meses de seca. “Esse excedente de biomassa na época da chuva pode ser armazenado por meio da silagem e oferecido aos animais no período seco, o que é um ponto importante”, afirmou.
Além disso, Pacca destacou que as forrageiras, em especial as gramíneas do tipo C4, têm uma maior eficiência no uso de recursos naturais e são mais resistentes às condições secas, sendo uma excelente opção para manter a produção pecuária em alta mesmo durante os períodos críticos do ano.
Veja a entrevista completa a seguir: