Com ações práticas, Acre tenta reverter gargalos históricos do leite: Genética, insumo e energia solar

Por Wanglézio Braga

A pecuária leiteira do Acre fechou 2025 com avanços práticos no campo, mas ainda com desafios importantes para garantir renda e estabilidade ao produtor rural. A avaliação foi feita pelo secretário de Agricultura do Acre (SEAGRI), José Luis Tchê, durante entrevista ao PodCast Correio em Prosa, apresentado pela jornalista Marcela Jansen, com participação do editor-chefe do Portal Acre Mais, Wanglézio Braga, nesta segunda-feira (22).

Segundo o secretário, o ano foi marcado pela execução de ações já planejadas. “Foi um ano de executar. A gente fez muita coisa, principalmente na Pecuária Mais Eficiente, que saiu de 120 para 230 produtores atendidos”, afirmou. O programa priorizou produtores indicados diretamente pelos laticínios, garantindo que o apoio chegasse a quem realmente produz leite no estado.

José Tchê, Secretário da Seagri durante participação no PodCast Correio em Prosa

Entre os investimentos, Tchê destacou a entrega de 45 rodotrens com calcário e adubo em oito municípios, o que permitiu a recuperação de mais de 1.600 hectares de áreas degradadas. “Isso muda a vida do produtor, melhora a pastagem e dá condição de produzir mais”, disse. Para reduzir custos, o governo também vai entregar placas solares a 23 produtores de leite, diminuindo o impacto da energia elétrica em uma atividade considerada pesada e essencialmente familiar no Acre.

O secretário ressaltou ainda a aposta no melhoramento genético como caminho para aumentar a produção. “Conseguimos 1.500 doses de sêmen para melhorar o rebanho do pequeno e do médio produtor. Precisamos chegar a pelo menos 100 mil litros de leite por dia para ter uma indústria forte aqui”, explicou, citando parcerias com a ABCZ e apoio técnico contínuo ao setor.

Apesar dos avanços, a concorrência com Rondônia segue como um dos principais entraves. “Hoje, 80% do nosso leite vira queijo, enquanto os laticínios de fora chegam com leite em pó, leite em caixinha e conseguem vender mais barato”, alertou Tchê. Para ele, a saída está na atração de um grande laticínio para o Acre. “Se garantirmos a compra do leite, a produção cresce e todo mundo ganha”, concluiu.

José Tchê em entrevista ao PodCast Correio em Prosa do Portal Correio Online

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