Por Wanglézio Braga
O prefeito de Epitaciolândia, Sérgio Lopes, voltou a criticar publicamente a Universidade Amazônica de Pando (UAP), na Bolívia, após novas denúncias feitas por estudantes acreanos que cursam medicina no país vizinho. As críticas foram proferidas em entrevista na Rede TV, em Rio Branco, hoje (11).
Reconhecido na região do Alto Acre como um dos principais apoiadores dos universitários que buscam formação fora do Brasil, Lopes afirmou que a instituição tem praticado “tratamento desumano” e aplicado cobranças abusivas aos alunos brasileiros. “Não aceitaremos extorsão contra nossos estudantes. Como prefeito e delegado, estou cobrando respeito e dignidade para os brasileiros que estudam medicina na fronteira”, declarou.
Segundo o prefeito, a UAP costuma apresentar aos calouros uma proposta inicial aparentemente vantajosa, mas, depois que os alunos estão matriculados, a realidade muda. Reclamações de negligência, falta de estrutura básica e até dificuldades para acesso a banheiros e bebedouros vêm se tornando frequentes. O ponto mais grave, porém, é o aumento repentino das taxas cobradas pela universidade no momento em que os estudantes vão iniciar o internato. Em alguns casos, a elevação chega a 141%, podendo ser ainda maior em determinados documentos exigidos.
Lopes afirma que tentou dialogar com a reitoria da UAP diversas vezes, mas nunca obteve resposta. Ele relata que, enquanto a instituição boliviana ignora as reivindicações, os estudantes enfrentam dificuldades diárias para seguir nos estudos. “São tratados de forma desumana. Nós incentivamos a formação, queremos ver os jovens realizando seus sonhos, mas não dessa maneira. Já recomendei que procurem outras duas universidades da região, onde eles são tratados com respeito”, disse o prefeito.
A Prefeitura de Epitaciolândia afirma que continuará oferecendo apoio aos universitários brasileiros que estudam em Cobija e demais cidades da fronteira, ao mesmo tempo em que pressiona as autoridades educacionais bolivianas para evitar abusos. O caso deve ganhar novos capítulos, já que estudantes organizam uma representação coletiva contra os aumentos considerados ilegais e contra a falta de atendimento da direção da UAP.
