Artigo: Plantas daninhas resistentes aparecem com a expansão das lavouras

Por José Tadeu de Souza Marinho *

O  crescimento e expansão da fronteira agrícola, a utilização de máquinas, equipamentos e agroquímicos nas mais diferentes culturas, embora tenham aumentado a produtividade das lavouras,  contribuíram com o aumento da ocorrência dessas plantas  em  locais onde  não havia esse tipo de problema para os agricultores. 

Ervas daninhas são plantas que podem causar diversas formas de prejuízos ou danos ao homem, a outras espécies de plantas e até a animais. Chamadas popularmente de  inço, plantas invasoras, plantas daninhas ou infestantes, mato, erva má e juquira, entre outras denominações, apresentam  enorme capacidade  de adaptação, multiplicação, resiliência e conservação. Mesmo em ambientes e condições adversas, conseguem se desenvolver, causar impactos negativos e, consequentemente, prejuízos aos agricultores.

O uso intensivo de plantas cultivadas com mecanismos de resistência a herbicidas, as chamadas plantas transgênicas ou geneticamente modificadas, garante maior eficiência na produção e rentabilidade das lavouras. No entanto, essa tecnologia tem acarretado o surgimento de plantas daninhas resistentes a determinadas moléculas ou produtos, que perdem a eficácia, demandando  novos produtos  para o seu controle.

Nesse sentido, é imprescindível que os técnicos, consultores, agricultores e casas agropecuárias que atuam no setor estejam atentos aos cultivos sob sua orientação ou supervisão. É fundamental conhecer os mecanismos de resistência das culturas, o sequenciamento dos cultivos, as espécies de plantas daninhas, e, especialmente, identificar quais delas estão sobrevivendo ou apresentando resistência à aplicação de determinadas moléculas químicas.

Um fator positivo é a disponibilidade de diversas estratégias de prevenção que podem ser adotadas para evitar a ocorrência de plantas daninhas resistentes nas lavouras. Entre elas, destacam-se a rotação de cultivos; rodízio de produtos e/ou moléculas químicas; utilização de plantas de cobertura; plantio direto e o uso de culturas com mecanismos de resistência a herbicidas distintos, tanto em relação às plantas cultivadas quanto às ervas daninhas.

Em prospecções realizadas pela Embrapa em plantios, principalmente de milho e de soja no Acre, foi constatada a presença de algumas ervas daninhas. Muitas delas já reconhecidas como problemáticas em outras regiões produtoras dessas culturas. Entre as espécies identificadas, estão trapoeraba, capim-pé-de-galinha, leiteiro, caruru, guanxuma, buva, erva quente, capim-amargoso, capim-colchão e corda de viola.

Diante disso, é importante ficar atento para o manejo adequado dessas plantas, a fim de evitar um problema que já existe em outras regiões do Brasil, causa prejuízo aos cultivos e, como consequência, aumenta os custos de produção e diminui a produtividade e rentabilidade.  Não se trata de alarde, mas de um alerta de prevenção a um problema a ser enfrentado e que os técnicos, produtores e comerciantes do setor agropecuário precisam estar preparados e aptos a solucionar.

Adotar postura proativa, fortalecer as ações de monitoramento, capacitação e orientação técnica no campo são ações fundamentais e estratégicas que podem contribuir com a sustentabilidade dos sistemas produtivos, evitar perdas futuras e preservar a eficácia das tecnologias hoje disponíveis.

* Engenheiro-agrônomo, mestre em Agronomia – Fitotecnia, pesquisador da Embrapa Acre, Rio Branco, AC

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