Por Wanglézio Braga
O Pavilhão do Mel da Agrotec 2025 virou parada obrigatória para quem produz, consome ou simplesmente admira o trabalho das abelhas. Sob coordenação de Roseval Guzo, o espaço reúne uma verdadeira vitrine da apicultura de Porto Velho, com destaque para a variedade de produtos, equipamentos e espécies apresentadas ao público. Segundo ele, a cidade vive um novo momento na cadeia produtiva do mel, impulsionado por oficinas, dias de campo, cursos ao longo de 2025.
“Antes a gente dependia muito de mel vindo de fora, do Acre e parte do Amazonas. Hoje a nossa realidade é diferente. A população tá se acostumando a pedir o mel local. Isso é muito bom para o mercado”, disse.

Entre os destaques da exposição estão as abelhas sem ferrão — como uruçú, jataí e a resistente amarmelada, apelidada carinhosamente pelos produtores de “cachorro caramelo” da meliponicultura. Elas circulam livremente pelo espaço, permitindo ao visitante observar de perto o comportamento dessas espécies nativas. Já as abelhas com ferrão estão protegidas em aquários expositores, garantindo segurança e aprendizado. O pavilhão também apresenta mel com favo, mel sem favo, mel medicinal de abelhas sem ferrão, pirulitos, pães de mel, hidromel e outros derivados que mostram a riqueza e versatilidade da produção local.
Além dos produtos, o visitante encontra equipamentos usados no dia a dia do apicultor, como centrífugas, decantadores, roupas de proteção, fumigadores e caixas demonstrativas. Uma sommelier de mel orienta degustações e mostra como cada tipo tem aromas e sabores influenciados pelas matas preservadas ao redor de Porto Velho — áreas protegidas pelas usinas de Santo Antônio, Jirau e Samuel, que ajudam a garantir um mel mais orgânico e valorizado.
A expectativa é de que a primeira Casa do Mel com inspeção sanitária municipal entre oficialmente em atividade nos próximos meses. O espaço, já pronto, passa apenas pelos ajustes finais documentais, e representa um divisor de águas para os 108 produtores cadastrados no município. Para Roseval, esse avanço consolida Porto Velho como referência na produção de mel amazônico.

