Por Wanglézio Braga
A procura por assistência técnica vem aumentando nas propriedades rurais do Acre e mostrando que o produtor está mais atento às oportunidades de melhorar a produtividade. A avaliação é da engenheira agrônoma e CEO da Empresa Agro Com Elas, Aliny Alencar, doutora em Produção Vegetal. Segundo ela, o papel da assistência técnica é transformador, capaz de mudar a vida de uma família, de uma comunidade inteira e até a economia de uma região. “Quando a gente leva informação, tecnologia e orientação correta, o produtor começa a ver o seu negócio como um negócio de verdade”, afirma.
Aliny explica que a assistência técnica precisa respeitar o nível tecnológico de cada propriedade, seja de pequeno, médio ou grande produtor. Para ela, impor métodos complexos sem avaliar a realidade do campo apenas afasta o agricultor. A abordagem correta é construir junto, somando conhecimento técnico com a experiência do produtor. “Não adianta chegar dizendo que tudo está errado. A gente precisa incluir o produtor no processo e mostrar que ele faz parte da transformação“, disse.
Nos últimos anos, houve um avanço na percepção do valor da assistência técnica. A agrônoma lembra que, no início, muitos produtores diziam que não pagariam por esse tipo de serviço, mas o cenário mudou. O trabalho realizado por instituições locais ajudou a mostrar resultados, embora a demanda seja maior do que a capacidade de atendimento dessas entidades. Hoje, segundo ela, já existem produtores que pagam mensalmente para receber visitas semanais ou quinzenais — e até agricultores de Lábrea, no Amazonas, estão contratando equipes do Acre.
As áreas que mais buscam assistência técnica na sua empresa, pela ordem: café, pecuária e fruticultura. O aumento de cafezais comerciais, a profissionalização da pecuária e a expansão das frutas têm puxado essa demanda. Para Aliny, essa mudança mostra que o produtor acreano está mais aberto a inovar e entende que assistência não é gasto, mas investimento com retorno direto no bolso.
