Por Wanglézio Braga
O novo Ranking de Competitividade dos Municípios analisado pela CLP Brasil mostrou que a recuperação de áreas degradadas ainda avança de forma lenta no norte. Do Acre, apenas duas cidades aparecem no levantamento: Rio Branco, com 0,04% de área recuperada, ocupando a 16ª posição regional e a 316ª nacional, e Cruzeiro do Sul, com 0,03%, na 20ª posição regional e 330ª do país. Apesar de baixos, os números indicam algum movimento de transição de áreas antes usadas na agropecuária ou sem vegetação para formações florestais ou vegetações naturais.
O indicador leva em conta a razão entre a área recuperada e o território total de cada município. Na prática, quanto maior o percentual, maior o avanço na restauração. Para o produtor rural, o dado ajuda a entender como o uso da terra vem mudando e como políticas ambientais e práticas sustentáveis podem influenciar no resultado final.

A metodologia utilizada pelo MapBiomas, consultado pela CLP, passou por atualizações recentes, o que explica parte das variações de desempenho entre as últimas edições. “Formações como restinga arborizada passaram a ser classificadas como “Floresta”, mas apenas quando naturais. Já as florestas plantadas foram realocadas para o grupo da silvicultura, dentro do setor agropecuário. Essas mudanças deixam o cálculo mais fiel à realidade do campo, mas também tornam a série histórica menos linear”, informou a CLP.
Mesmo com percentuais pequenos, o levantamento mostra que há espaço para melhorar a recuperação de áreas, especialmente em municípios com forte pressão sobre o solo. O ranking completo está disponível para consulta pública, permitindo que produtores, gestores e pesquisadores acompanhem de perto os avanços e desafios da restauração.

