Por Wanglézio Braga
Durante o VIII Simpósio Acadêmico de Engenharia Agronômica – Manejo e Tecnologias para Produção, realizado no Teatro Universitário da UFAC, a engenheira agrônoma e doutora em produção vegetal Aliny Alencar conduziu uma das falas mais marcantes do evento. Com 14 anos de experiência entre campo, pesquisa e consultoria, ela transformou a palestra em um bate-papo direto sobre os desafios e o poder da assistência técnica na vida de quem vive da terra. Segundo a especialista, esse serviço continua sendo um dos principais agentes de transformação social e econômica no meio rural.
Aliny destaca que o técnico é responsável não só pela orientação produtiva, mas por abrir portas para novas oportunidades. “A gente transforma a vida do produtor, da família e até da comunidade. Levamos conhecimento, renda e visão de negócio para quem já produz, mas muitas vezes não sabe que pode produzir mais e melhor”, afirmou. Para ela, o papel da assistência é mostrar ao agricultor que sua propriedade é, de fato, uma empresa rural e que gestão, planejamento e tecnologia fazem diferença no bolso no fim do mês.
Conquistar a confiança do produtor ainda é um desafio, especialmente daqueles que trabalham há décadas da mesma forma. A agrônoma explica que o primeiro passo é mostrar resultado, e muitas vezes isso acontece pela comparação com o vizinho. “Quando ele vê o outro produzindo mais com assistência técnica, ele começa a despertar. Mas não adianta chegar impondo. É preciso incluir o produtor, respeitar o conhecimento que ele já tem e somar com o técnico”, ressaltou.
A especialista também destacou que o produtor acreano mudou sua visão ao longo dos últimos anos. Antes reticentes em pagar por assistência, hoje muitos percebem que o investimento retorna em produtividade e lucro. Ela ressalta o papel importante de instituições públicas, que contribuíram para difundir a cultura da assistência técnica, embora a demanda seja maior que a capacidade de atendimento desses órgãos. “Hoje é real: quem contrata assistência técnica colhe mais. E a procura só cresce“.
Com experiência desde 2010, mestrado, doutorado e atuação contínua no campo, Aliny reforça que o maior ganho está na valorização do conhecimento e na parceria entre técnico e produtor. “Quando o produtor entende que não está sendo mandado, mas incluído, tudo muda. Ele melhora a gestão, melhora a produção e melhora de vida”, concluiu.
