Por Wanglézio Braga
O Acre mais uma vez aparece mal colocado no Ranking de Competitividade dos Municípios 2025, divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Rio Branco, capital acreana, ocupa apenas a 107ª posição nacional e a 19ª na região Norte, ficando atrás de cidades menores como Breves (PA), Vilhena (RO) e Cruzeiro do Sul (AC). O levantamento avalia diversos pilares de gestão, mas o de Meio Ambiente ganhou destaque por revelar que o estado ainda está longe de equilibrar crescimento econômico com sustentabilidade.
O pilar ambiental do estudo, que representa 5,9% da nota final, mede indicadores como emissões de gases de efeito estufa, cobertura florestal, desmatamento ilegal e áreas recuperadas. O Acre, apesar de sua imagem internacional de “estado verde”, vem acumulando déficits na gestão territorial e falhas na recuperação de áreas degradadas. O resultado mostra que a política ambiental local está desconectada das necessidades reais de quem vive no campo e precisa produzir dentro da lei.
Nos últimos anos, produtores rurais vêm enfrentando entraves para licenciamento, regularização fundiária e acesso a crédito sustentável, enquanto o desmatamento ilegal ainda cresce nas fronteiras agrícolas. A burocracia e a falta de incentivos à produção sustentável acabam penalizando o pequeno e médio agricultor, que poderia ser o principal aliado na preservação.

