Por Wanglézio Braga
O engenheiro florestal João Paulo Mastrangelo destacou, em entrevista ao Portal Acre Mais, o grande potencial do cacau para o Acre, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. Segundo ele, a espécie é nativa da Amazônia e pode ser usada como ferramenta para recompor áreas degradadas e regularizar propriedades com pendências ambientais. “O cacau é uma espécie florestal, originária da Amazônia, e pode ter ampla utilização, especialmente em médias e pequenas propriedades”, explicou.
De acordo com estudos conduzidos por Mastrangelo, o cacau vive um momento favorável no mercado internacional. Após um recente aumento no preço, a expectativa é que o quilo da amêndoa seca se estabilize em torno de R$ 30, o que tornaria a cultura altamente viável no Acre. “Com esse valor, o produtor pode alcançar uma lucratividade entre R$ 20 mil e R$ 30 mil por hectare ao ano”, ressaltou o pesquisador, lembrando que o cultivo pode ser uma importante fonte de renda contínua para famílias rurais.
Outro ponto destacado é o sistema de plantio consorciado, que combina espécies de diferentes ciclos produtivos, como mandioca, banana, açaí e cumaru. Essa diversidade garante renda ao longo do tempo e reduz riscos. “Com o consórcio, você pode chegar a um faturamento de até R$ 90 mil por hectare por ano, com equilíbrio ecológico e sustentabilidade”, afirmou Mastrângelo.
O pesquisador também elogiou o trabalho desenvolvido pelo Secretário José Luis Tchê na Secretaria de Agricultura, na valorização do cacau local com o “Programa Rota do Cacau”. Ele defende que o estado está bem posicionado para aproveitar o crescimento do mercado internacional. “Ninguém vai deixar de comer chocolate. E com os asiáticos descobrindo o produto, o Brasil, especialmente o Acre, tem uma grande oportunidade de expandir”, concluiu.