Da redação do Portal Acre Mais
Um episódio tido como “lamentável” marcou a sessão desta terça-feira (23) na Câmara Municipal de Rio Branco. O presidente da Casa, vereador Joabe Lira (PP), decidiu suspender os trabalhos justamente no momento em que iria ocorrer a Tribuna Popular, espaço destinado a dar voz à sociedade. A atitude foi considerada deselegante por participantes e repercutiu de forma negativa entre os produtores que, em vez de terem suas reivindicações ouvidas em primeiro plano, acabaram relegados a segundo plano diante da presença do chefe do Executivo municipal.
No plenário, produtores rurais expunham uma série de dificuldades enfrentadas no campo, como a falta de apoio público para a produção agrícola e reclamações sobre o tratamento recebido por parte do poder público em especial dentro da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (SEAGRO). No entanto, a sessão foi interrompida abruptamente.
A razão: a chegada do prefeito Tião Bocalom (PP) e seus assessores ao prédio da Câmara. Para recepcioná-lo, o presidente Joabe Lira suspendeu os trabalhando por mais de uma hora. Conscidência ou não, os produtores estavam ali para formalizar diversas queixas, reclamações e denúncia contra a gestão Bocalom. Vereadores que não foram convidados para participar da reunião com Sebastião questionaram se a sessão não poderia continuar sem o presidente. Mas, a assessoria não soube responder. Após o retorno dos trabalhos, alguns vereadores chegaram a ensaiar criticas à postura do presidente em relação ao fato, mas preferiram poupar o colega do parlamento.

SINDICALISTA QUESTIONA POSTURA!
O presidente do Sindicato dos Extrativistas e Assemelhados de Rio Branco (SIMPASA), Josimar Ferreira, classificou o episódio como uma “sabotagem” contra os trabalhadores rurais. Para ele, a Câmara tem feito pouco caso das denúncias apresentadas pelo setor, que chegam acompanhadas de provas, mas nunca recebem a devida atenção da presidência da Casa.
Josimar afirmou que o episódio revelou um ambiente de “ditadura”, no qual o prefeito faz o que quer e os vereadores apenas concordam. Segundo ele, a sessão era uma oportunidade de ouro para que o gestor fosse chamado ao plenário e respondesse diretamente às demandas dos produtores. No entanto, a suspensão dos trabalhos foi vista como uma estratégia “ridícula” de desmobilizar e pressionar os agricultores, calando mais uma vez a voz da zona rural.