Por Wanglézio Braga
O produtor João Bosco, de 56 anos, manifestou preocupação durante entrevista ao Portal Acre Mais com a seca extrema que vem assolando a Amazônia. Segundo ele, a secura dos mananciais aliado ao forte calor tem prejudicado os pequenos produtores de melancias do Acre, devido a influência sobre a safra atual.
Morador da região do riozinho Andirá, numa região de difícil acesso entre as divisas dos estados do Acre e do Amazonas, Bosco trabalha há 40 anos no ramo e se diz espantado com a produtividade razoável deste ano.
“Esse ano posso dizer que não foi uma boa safra, pois conseguimos apenas uma tirada. O verão severo tem judiado os frutos, por isso, digo que tem sido razoável”, falou.
Num centro de distribuição localizado no Bairro Seis de Agosto, na capital acreana, Bosco transporta até 1.500 unidades que são levadas para outras regiões do estado. Os valores das unidades comprando no lugar variam entre R$ 8,00 até R$ 30,00. A logística e a venda é feita em família. Além dos três filhos, outras 20 pessoas da comunidade participam das etapas.
Na opinião do seu Bosco, hoje em dia não existe uma data específica da temporada da melancia pois “muitos misturam as frutas produzidas em roçados com as da praia”. “Antes era uma tradição a gente comer, aqui em Rio Branco e em Porto Acre, a melancia de praia. Hoje o mercado passou a oferecer a melancia de roçado. Isso possibilita melancia o ano inteiro praticamente”, explicou.
A quem ache alguma diferença no sabor e na textura das melancias. Para João, a melancia de beira de barranco que recebe muito mais calor e por ficar mais próxima da água tem um gosto plenamente dulcificado. “A melancia precisa de um pouco de calor. As da praia recebem mais mormaços e perto d’água, por isso, são mais doces”, acrescentou.