Por Wanglézio Braga
A boa safra de couve no Mercado Provisório Elias Mansour trouxe fartura e preço baixo para os consumidores, mas uma variedade em especial tem chamado atenção: o “Covão”. Conhecida popularmente como couve manteiga gigante, essa folhosa impressiona pelo tamanho, variando entre 40 e 50 centímetros, chegando em alguns casos a um metro de comprimento.
O responsável pela proeza é o produtor rural Francisco Tibúrcio, de 57 anos, morador de Porto Acre. Ele conseguiu a muda em Mato Grosso, trazida por um casal de amigos, e desde então cultiva a planta com técnicas específicas. “Esse tipo não dá semente, só muda. Toda semana tiro de 100 a 150 maços, e cada pé produz por até quatro meses seguidos”, contou.
Para manter as folhas eretas e evitar que o vento derrube os pés mais altos, Francisco arma fileiras com arames, amarrando as plantas para sustentação. No mercado, com a oferta abundante, o maço sai por apenas R$ 2, mas em épocas de escassez pode chegar a R$ 5. A versatilidade da folha também ajuda na venda: “É ótima pra charuto, dá pra fazer dois pedaços com uma só folha”, orgulha-se o produtor.

Benefícios e técnicas de cultivo do “Covão”
A couve manteiga gigante, conhecida popularmente como “Covão”, não é só curiosidade de mercado — ela é rica em vitaminas A, C e K, cálcio, ferro e fibras, ajudando na saúde dos ossos, fortalecimento do sistema imunológico e no bom funcionamento do intestino. Por ter folhas maiores e mais largas, rende mais por unidade, garantindo economia para o consumidor e boa margem de lucro para o produtor.
Para ter um “Covão” de respeito, o segredo começa na preparação do solo, que deve ser rico em matéria orgânica e bem drenado. A adubação com esterco curtido ou compostos orgânicos, aliada a irrigações frequentes sem encharcar, garante folhas viçosas e saborosas. É importante também o espaçamento adequado entre mudas (cerca de 50 cm), evitando pragas e favorecendo o desenvolvimento pleno das folhas. Com manejo certo, a colheita pode começar entre 60 e 90 dias após o plantio.