Da redação do Portal Acre Mais
Na manhã do último (03), às 8h42 (horário de Brasília), um terremoto de magnitude 5.0 sacudiu o subsolo do Acre, bem próximo à fronteira com o Peru. Apesar da força do abalo, que alcançou uma profundidade de 446 quilômetros, ninguém no estado relatou ter sentido tremores. O motivo? A grande profundidade do epicentro, o que geralmente impede que os efeitos cheguem à superfície.
O fenômeno foi registrado pela Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) e analisado pelo Centro de Sismologia da USP. Segundo os especialistas, o tremor está ligado à subducção da Placa de Nazca sob a plataforma Sul-Americana, um movimento comum nas regiões próximas à Cordilheira dos Andes e responsável por esse tipo de evento sísmico profundo.
Esses terremotos são raros no mundo e, curiosamente, o Acre faz parte de uma das poucas regiões onde ocorrem em profundidades superiores a 300 km. “As condições de pressão e temperatura nessas profundidades tornam quase impossível o rompimento de falhas como conhecemos. Ainda não há consenso sobre o que provoca exatamente esses eventos”, explicou o sismólogo Dr. Gilberto Leite, do Observatório Nacional.
Embora não tenha trazido riscos ou prejuízos à população rural do Acre, o fenômeno serve como alerta para a importância do monitoramento constante da atividade sísmica na região. Afinal, mesmo distante da superfície, o chão amazônico também se movimenta.